Uma mulher nua, associada a uma serpente (existem várias versões do desenho!) nomeava um homossexual passivo.
A tatuagem era feita à força ou após um jogo de cartas perdido, sendo que neste último caso a mesma podia ser feita com o consentimento do sujeito.
Posição da tatuagem – somente atrás.
Uma coroa de flores com os naipes de baralho vermelhos (copas, ouro), “rei de todas as bandas/baralhos de cartas” simbolizava um homossexual passivo, um tipo de homem que está envolvido em toda forma de depravação. A tatuagem é rara (desenhado no verso), mas a maioria das pessoas que passaram pelos campos de trabalhos forçados as reconhece. Os homens que possuíam essa tatuagem no lado esquerdo eram chamados de “cabeça (de pingolim)”, “pinto” ou “azul-celeste”. Estes eram os piores insultos em lugares de reclusão. Um preso que chamasse outro por esses nomes, mesmo em tom de brincadeira, poderia machucar-se ou pagar com a própria vida.
Créditos: Gay Lib Itália (tradução e adaptação por "Q-Libertários").
No sistema prisional brasileiro assim como no mundo da marginalidade a tatuagem também tem um significado classificatório, servindo como uma referência e uma indentificação entre os presidiários. Normalmente são feitas a força e usados materiais rudimentares tal como pregos ou pontas de canetas e que faz com que as mesmas não tenham um belo resultado. Se o detento possuia uma tatuagem de flores ou borboletas, trevos de quatro folhas, sereias, coração, eram uma classificação de que se tratava de um homossexual. Também o ponto é uma forma usual de se marcar o presidiário, no caso do homossexual usa-se um ponto no rosto, que geralmente era tatuado na lateral (dois pontos lado a lado, estupro, três em forma de triângulo, tráfico...). A tatuagem cumpre a função semiótica de facilitar o relacionamento, uma vez que se sabe com que tipo de pessoa se está relacionando, e de se posicionar dentro deste mesmo sistema.
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