sábado, 17 de outubro de 2009

RS über alles

(Ao fazer uma busca no meu computador, achei um trecho interessante redigido pelo polêmico escritor e professor Janer Cristaldo. Embora o autor não seja declaradamente um liberal/libertário, muitas das suas opiniões se aproximam desta corrente. Quero deixar claro que o texto a seguir é a opinião do autor e não necessariamente do grupo. Vamos à leitura!)

Quando se fala em homossexualismo, saltam moralistas de todos os quadrantes afirmando que é algo anti-natural. Como se o que o homem faz fosse natural. No dia em que o homo sapiens, com seu polegar preênsil, pegou um osso e o usou para quebrar a casca de uma fruta ou matar um inimigo, nosso ancestral deu adeus à natureza. Se fossemos naturais, ainda estaríamos pulando de árvore em árvore com o apoio do rabo, vivendo em grutas e comendo carne crua com os dedos. Por mais rústica que seja uma casa, ela é contra a natureza. Cidades, carros, computadores, vinho ou torta de maçã, idem. O ser humano é a antinatureza por excelência. Se ser homossexual é ser antinatural, ser homossexual é ser humano.

Que não venham os moralistas, em nome de um tal de direito natural que nunca existiu - porque direito não é coisa da natureza - pretender determinar como os seres humanos devem agir para usufruir do prazer. Isso de achar que há uma lei eterna anterior à vontade humana e também precedente à própria vontade divina, imutável tanto por Deus quanto pelos homens, é coisa de quem no fundo crê em Deus. E neste senhor, nem todos os homens crêem. Nada está escrito. Quem escreve somos nós. Se um país decide que, em certas circunstâncias, é lícito matar, então matar se torna lícito. Não existem leis gravadas em pedras eternas, flutuando acima do tempo e do espaço. Só um ser legisla, o humano. Exatamente por não ser natural. Pedras e macacos não legislam.

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