A mente do ser humano é algo que realmente não tem limites: no Brasil, na cidade de Campinas, será inaugurada a primeira escola destinada ao público LGBT. A escola oferecerá cursos profissionalizantes e a mesma será mantida com recursos públicos oriundos do governo estadual paulista e do Ministério da Cultura.
A ideia não é nova: há experiências semelhantes nos Estados Unidos, sendo que, a mais conhecida, é a Harvey Milk High School. Seus defensores acreditam que os jovens homossexuais (principalmente os mais “evidentes”) encontrariam maior aceitação nesses tipos de estabelecimentos educacionais.
Não duvido da boa intenção de seus idealizadores. Contudo, ela vai à contramão das modernas correntes pedagógicas, que partem do conceito de inclusão. Tal visão baseia-se na premissa de que se deve combater toda e qualquer forma de discriminação por parte da escola; a mesma deve tratar seus estudantes com caráter humanizador.
Houve momentos na história LGBT que os homossexuais se isolavam em determinados espaços, frequentavam determinados ambientes e se comportavam segundo determinados códigos. Tudo isso fazia parte de um contexto que excluía gays, lésbicas, transgêneros e bissexuais da convivência “normal”. O famoso “gueto gay” foi uma estratégia das minorias sexuais de criar mecanismos de sociabilidade e auto-preservação. Mas se antes havia a exclusão, hoje os gays são tolerados e respeitados e possuem suas liberdades garantidas.
A segregação é algo que não faz mais sentido (aliás, nunca fez). Em alguns países da Europa fecham-se exponencialmente os estabelecimentos gays, uma vez que heteros e homossexuais frequentam os mesmos lugares, dançam as mesmas músicas e possuem a mesma postura, tudo numa base de respeito e aceitação.
Ao criar uma escola voltada para LGBTs nós colocamos esses alunos numa espécie de redoma: embora “protegidos”, eles não estarão preparados para enfrentar a vida “lá fora”, com seus problemas, dificuldades, negações e frustrações – o que não deixa de ser, mesmo assim, gratificante.
Também sou contra esse tipo de escola, pois não vejo razão nenhuma para que o governo do Estado de São Paulo e o Ministério da Cultura financiem e enviem dinheiro para ONGs (da mesma forma que abomino igrejas, intelectuais, cineastas e artistas que metem a mão no bolso do contribuinte). Ou se é ONG ou não se é.
Ao isolar alunos homossexuais do convívio com alunos heterossexuais estamos privando ambos de um momento único que essa fase da adolescência, um período propício para trabalhar as mudanças e o respeito às diferenças.
Acho uma idéia descabida, como bem dito no texto é colocar o homossexual numa redoma. e quem vai aprender a viver, conviver, lutar, respeitar e se fazer respeitar estando de tal maneira segregado dos demais?!...
ResponderExcluirPois é, Mano. Isso me lembra um pouco o slogan da época da segregação racial dos EUA: "separados, mas iguais". Parece que parte da militância gay caminha na mesma direção (Numa lista de discussão LGBT da qual participo um sujeito disse algo parecido com isso: "Eu apoio toda forma de identidade gay. Sem essa de estar misturado em espaços em que os valores e os gostos heterossexuais prevalecem". Sem comentários! Depois falam que não têm preconceitos...
ResponderExcluirSobre a escola, acredito que a mesma seja um espaço importante para aprendizado e socialização. Contudo, posso te dizer que 80% do que sei e vivenciei, aprendi fora dela. Volte sempre para comentar, amigo!